Poderá a corrente aprisionar o sol
que teima em fugir de seus elos
até o outro lado do mundo?
Poderá o sol livrar-se da corrente
uma vez que sempre retorna a ela
aos finais de tarde?
Estranho ofício o do poeta:
Olhar raro para o comum
Sem se importar que lhe olhem comum
Num momento raro.
Todos os dias
Tua morte comum
Brinda o nascimento raro
No brilho de outro olhar...
Tua morte rara
Brinda o nascimento comum
De um novo dia
Para meu olhar...
Raro ou comum?
No olhar de cada espectador
A linha que costura esta diferença...